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Importância dos para-raios

 
Para-raios é assunto sério. E pouca gente sabe como proteger um prédio contra as descargas atmosféricas, popularmente conhecidas como raios. Até edifícios relativamente novos correm o risco de estarem em desacordo com as normas. Isso porque a instalação de para-raios deve seguir a norma técnica NBR 5419/2001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O texto já sofreu alterações, a última em 2001, o que torna alguns sistemas de para-raios obsoletos. “A gaiola de Faraday é o método mais indicado para prédios verticais e altos. Já o método de Franklin ou eletrogeométrico pode ser aplicado em prédios mais baixos e horizontais. Mesmo assim, a gaiola ganha em preço, estética e eficiência”, informa Normando Alves, engenheiro civil, eletrotécnico e de segurança e consultor do Procobre – Instituto Brasileiro do Cobre.
A gaiola de Faraday consiste na instalação de cabos horizontais (podem ser de cobre, preferencialmente, ou de aço ou alumínio), em todas as periferias do prédio (como os níveis superiores), e cabos verticais passando nas quinas. “O prédio é todo amarrado: na parte superior e nas fachadas. A função dos cabos laterais é interceptar justamente uma descarga lateral, nas janelas”, explica Alves, completando que é um erro acreditar que um raio só cai na parte superior de um prédio: “Em edifícios acima de 20 metros, há o risco do raio pegar a fachada.” Um raio, se atingir a fachada, pode arrancar pedaços de concreto da alvenaria e causar sérios acidentes, com riscos para os moradores.
Muitas vezes, visando a economia, prédios novos são entregues com para-raios no sistema Franklin, o que significa a colocação de um mastro no topo do prédio e mais dois ou três cabos descendo nos fundos da edificação. “Para proteger um prédio de 20 andares seria preciso um mastro praticamente da mesma altura da construção, o que é inviável de executar. As construtoras, por medida de economia, acabam colocando um mastro de três ou quatro metros, que acaba não protegendo devidamente”, diz Leandro Amatti dos Santos, engenheiro eletrotécnico e proprietário da Amatti Service, empresa que atua na área de para-raios e engenharia elétrica predial.
Outro tipo de para-raio é o radioativo, cuja fabricação e comercialização está proibida desde 1989. Prédios muito antigos que ainda tenham esse tipo de equipamento devem retirá-lo e entregá-lo para os órgãos públicos responsáveis por material radioativo. “É material que pode gerar contaminação se tiver manuseio indevido”, atesta o engenheiro do Procobre.


Conhecidos os tipos de para-raios, é possível verificar se o seu condomínio está em dia com o assunto. “Uma vez por ano é preciso averiguar as condições do para-raios e emitir um atestado de medição ôhmica do solo, isto é, a capacidade de resistência do solo”, orienta o engenheiro eletricista Rodrigo Costa dos Reis, proprietário da RC Reis, que cuida de para-raios e instalações elétricas. A descarga elétrica recebida pelo para-raios desce do topo do prédio e vai se dissipar no solo: a resistência do solo varia justamente em função da poluição, do material utilizado no aterro e outros fatores. Só um engenheiro eletricista pode registrar essa medição, utilizando um equipamento chamado terrômetro. Ele emite, então, uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e uma das vias fica com o síndico. Em caso de uma fiscalização do Contru, deve-se apresentar esse documento.
 
Feita a manutenção, é hora de entender o que o para-raios protege. “O maior erro do síndico é acreditar que o para-raios protege tudo o que está no prédio quando, na verdade, ele protege a estrutura e as pessoas”, diz Amatti. Equipamentos eletroeletrônicos (comando de elevadores, interfones, portões eletrônicos, centrais telefônicas etc.) não estão protegidos. “Mesmo uma descarga captada e conduzida para a terra com segurança produz forte interferência eletromagnética, capaz de danificar esses equipamentos”, atesta Alves, do Procobre. Da mesma maneira, os aparelhos dentro de cada apartamento, por estarem ligados na rede elétrica, correm o risco de receber uma tensão elevada, induzida por um raio que caiu mesmo longe do prédio.
Para evitar problemas com os itens eletroeletrônicos, a saída é instalar um sistema completo: além do para-raios, o chamado para-raio de linha ou supressores de linha. “Esses equipamentos são instalados no quadro geral de energia elétrica do prédio, protegendo assim interfones, alarmes, circuitos fechado de TV, cercas elétricas, circuitos dos elevadores, iluminação de emergência, etc.”, explica Amatti. O condômino que tiver interesse pode fazer o mesmo procedimento em seu apartamento.
Mas, para se certificar de que o prédio está bem protegido contra as descargas atmosféricas, o melhor é contratar os serviços de um engenheiro projetista. “Esse profissional vai rastrear e definir o número de descidas necessário e onde elas ficarão, garantindo que o impacto estético do equipamento seja o mínimo possível. Um consultor não necessariamente está ligado a uma empresa. Com o projeto pronto, o síndico pode pedir os orçamentos e decidir qual a empresa escolhida com base nesse estudo”, finaliza Normando Alves, do Procobre.

Fonte: site www.programacasasegura.org

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